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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

GEORGE ORWELL - A REVOLUÇÃO DOS BICHOS( ORWELL, George, Abril Cultural - São Paulo, 1982)


George Orwell nascido Eric Arthur Blair na India, onde seu pai era funcionário do governo britâncico, passou a usar o psedônimo na juventude após romper com sua origem burguesa e um passado que considerava vergonhoso.
Escritor de grandes livro como 1984, sendo o mais conhecido, Orwell traz uma visão política particular em seus textos.
A Revolução dos Bichos (escrita em 1945), apesar do título sugestivo e de ser composto pela maioria de personagens animais, não é um livro infantil. Creio que o autor fez somente uma analogia com os bichos, pois o sentido que ele deu a sua história tira a importância se são homens, animais ou marcianos. Orwell quis mostrar que qualquer regime político totalitário e ditatorial é maléfico aos que são governados.
Fica claro o medo de um sistema de governo que após uma revolução do povo, tempos depois não se lembrem mais pelo que lutavam.
No livro os bichos da fazenda após a revolução são feitos de marionetes pelos porcos, que eram os cabeças do movimento. Esses poucos porcos em nome de uma inteligência maior passam a dominar os outros e gozar de mordomias. A memória dos acontecimentos vai sendo modificada de acordo com interesses dos “chefes”. No final, o bem maior que todos haviam conseguido com tanta luta foi destruído em prol de associações escusas e benéficas ao único que detinha o poder.
O final é quase uma fábula mostrando que aquele que luta contra algo na política, quando chegar ao poder é bem provável que passe a lutar a favor. Como no livro onde o porco só queria ser igual ao seu dono.
Um livro interessantíssimo com uma narrativa divertida e agradável.
Aviso que qualquer semelhança com governos passados e presentes não é mera coincidência.
Boa Compulsão a todos!!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

LUIZ RUFFATO, ELES ERAM MUITOS CAVALOS (RUFFATO,Luiz, Ed: Bestbolso - 2010)



Luiz Ruffato é atualmente um dos maiores escritores do Brasil. Traduzido para vários países e premiado com os prêmios APCA e Jabuti, desponta como uma das boas surpresas da literatura nacional.
Com uma narrativa inovadora, seu primeiro Romance (se é que podemos denominá-lo assim), Eles Eram Muitos Cavalos traz 69 micro-contos ou pequenos textos que tentam traduzir o dia de uma metrópole. O autor parece retransmitir o quotidiano de São Paulo num grande mosaico de pequenas histórias onde os personagens não se encontram, mas cada vida, cada história contextualiza um conglomerado chamado cidade.
Ruffato trabalha com o foco no leitor, como se fosse apenas um cidadão comum desnudando o caos que é viver numa metrópole. Mostrando seus problemas, mazelas, desigualdades, virtudes, solidão e outros tantos fragmentos de uma sociedade.
O Livro aproxima o leitor da realidade a todo o momento, trazendo em sua narrativa formas de linguagens de todas as classes sociais, palavrões, marcas de empresas famosas e lugares conhecidos. O título do livro é homenagem a um poema de Cecília Meireles, que se encaixa perfeitamente nessas várias histórias pessoais de cidadãos anônimos.
“Eles Eram Muitos Cavalos,
mas ninguém mais sabe os seus nomes,
sua pelagem, sua origem..."
Cecília Meireles

Boa Compulsão a todos!!!

domingo, 26 de setembro de 2010

OSCAR WILDE - O RETRATO DE DORIAN GRAY (WILDE, Oscar Fingall O' Flahertie Wills - Domínio Público)


Antes de começar a escrever sobre Oscar Wilde, gostaria de reparar uma falha comum vista em quase todos os sites que fazem a sua biografia, falando sempre a respeito de um "movimento estético" ou da "arte pela arte" sem mencionar que Wilde foi um dos maiores escritores DECADENTISTAS que já tivemos. Amante desse estilo que além da estética na escrita, da arte pela arte, tinha também como características a figura do dândi, do andrógino, o prazer pela arte, a rejeição ao natural entre outras.
Oscar Wilde, grande escritor, contemporâneo de nomes consagrados como Verlaine e Mallarmé, conheceu a glória e a ruína. Obteve fama como escritor, mas pagou um alto preço por querer viver do seu jeito numa época errada. Casado, dois filhos e no auge de seu prestígio, se apaixonou por um jovem aproveitador que o levou a ruína. Foi condenado a 2 anos de prisão, pois na Inglaterra o homossexualismo era considerado crime.
O DECADENTISMO é a arte pela arte, sem servir a nada e a ninguém, assim como a vida de Wilde, que não se importava com as convenções de sua época.
Escritor Decadentista e grande representante dessa forma de fazer Literatura, legou a todos esse livro espetacular, trazendo a baila os traços inconfundíveis do decadentismo no livro O Retrato de Dorian Gray.
O livro conta a história de um jovem que após fazer um pacto, permanece com sua aparência jovem como no seu retrato pintado por um amigo. De acordo com o tempo e mudanças de sua vida, o quadro sofre as transformações e alterações, enquanto ele permanece sempre com aparência jovem.
O personagem Lorde Henry é um coadjuvante perfeito para a história, destilando epigramas divertidíssimos. Henry é um dândi adorável, encantador e influenciador.
O Retrato de Dorian Gray é uma leitura fantástica, com uma interrogação até a última página. Leitura Obrigatória.
Boa Compulsão a todos!!!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CLARICE LISPECTOR - PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM (LISPECTOR, Clarice - Ed.Círculo do Livro)


Ler Clarice pela primeira vez foi delicioso e conhecê-la pelo primeiro livro que escreveu, foi melhor ainda.
Perto do Coração Selvagem foi escrito quando a autora saia da adolescência e dava seus passos iniciais rumo a uma carreira de sucesso no mundo das Letras. O Título do livro foi tirado da epígrafe do escritor irlandês James Joyce, mostrando que bons autores influenciavam sua escrita.
Clarice Lispector não exerce unanimidade perante os leitores, digo isso por conhecer pessoas que não apreciaram sua leitura, mesmo lendo vários de seus livros. O inegável é que os que não leram, tem obrigação de fazerem suas próprias constatações.
Em quase todos seus livros, Clarice se desnuda para o público na forma de suas personagens. A autora constrói uma aura introspectiva, mas de uma inquietação pulsante no enredo das personagens, e como imã, nos atrai para o centro de toda essa manifestação de pensamentos e sentimentos. Existe um universo paralelo em suas histórias, onde o físico se locomove a 10 km/h e o existencial corre a 100 km/h.
Perto do Coração Selvagem é a história de Joana, mas poderia ser a de Maria, Andréia, Marcela, Carolina, Clarice e tantas outras que algum dia hão de se reconhecer. Vale a pena ler e tentar entender como uma jovem adolescente conseguiu transmitir tanta experiência e vivência que ainda sequer havia experimentado.
Clarice e suas personagens mulheres, traço inconfundível de quem traduziu para o papel, vozes contidas nos arcabouços femininos.
Boa Compulsão a todos!!!

terça-feira, 27 de julho de 2010

ALDOUS HUXLEY I - ADMIRÁVEL MUNDO NOVO (HUXLEY, Aldous - Domínio Público)


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Nos dias de hoje a história do livro Admirável Mundo Novo pode parecer um pouco infantil, porém se levarmos em conta que foi escrito há quase 80 anos atrás, fica clara a genialidade de Aldous Huxley.
O escritor narra à história de um provável futuro, mas sem os parâmetros de tecnologia da qual dispomos atualmente. Falar sobre anos a frente com a visão de um vivente dos anos 30 do século passado faz toda a diferença para a fascinação que o livro exerce. Em cada época, de 1930 para cá, os leitores tiveram sensações e opiniões diversas e acredito que em 2050, os novos leitores terão uma outra abordagem da história, que fatalmente se distanciará da minha. Com certeza o Admirável Mundo Novo continuará "condicionando" nossas mentes "séculos d.F." a fora.
O livro aborda assuntos como a genética(totalmente incomum para a época), mostrando como funciona a reprodução nesta sociedade. Fala também sobre a extinção da família e das crenças religiosas, a liberdade sexual, a divisão social em forma de castas, a indiferença com a morte e a jovialidade do ser humano até os 60 anos.
Vale lembrar que a base para que toda essa sociedade obtivesse sucesso contínuo, era o condicionamento.
O condicionamento humano feito por hipnopédia(ciência que o autor dispunha na época), tornando assim esse clássico num admirável livro para se ler.
Por "Ford", é fantástico como o autor consegue nos prender frente a essa deliciosa obra do início ao fim. Tenho certeza que mais "selvagens" como eu, se encantarão com os Alfas, Betas, Gamas e etc...
Boa Compulsão a todos!!!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

VICTOR HUGO I - OS TRABALHADORES DO MAR - (HUGO, Victor-Marie - Domínio Público)


A França sempre nos presenteou com grandes escritores, de escolas e épocas diferentes e Victor Hugo foi um dos maiores mestres da Literatura que já esteve entre nós. Mais conhecido pelo clássico Os Miseráveis (que pode ser visto em filme), Victor Hugo faz o leitor se apaixonar pela forma como escreve e pelo jeito que descreve os sentimentos.
Os Trabalhadores do Mar conta a belíssima história de um homem ingênuo que é capaz do impossível para conquistar sua paixão. O protagonista passa por uma aventura(boa parte do livro), repleta de momentos perigosos que leva o leitor em determinado momento se perguntar se tudo aquilo vale a pena. O final do livro também gera alguns questionamentos, mas creio que livre de julgamentos. Nesse ponto é que entra a genialidade do escritor, pondo em nossas mãos o fato, e em seguida transformando toda aquela dor, numa cena que só quem viveu tudo aquilo poderia decidir sobre sua vida. E cabe a nós, simples mortais, admirar a beleza e o encantamento da descrição do fim da história.
Detalhe a ser comentado. Foi impossível deixar algumas partes passarem em branco, pois o livro é rico em detalhes, principalmente de lugares. Com isso a curiosidade de ir ao Google e procurar imagens da Cadeira Gild-Holm-'Ur ou ir ao Youtube procurar a canção Bonny Duundee( que ficou marcada na história. Um tipo de trilha sonora).
É comum ouvirmos dizer que Victor Hugo demora muito descrevendo determinados assuntos, tornando a narrativa um pouco sonolenta. Mas quem se dispõe a ler esse grande autor, sabe que a descrição é uma das suas principais características. Por isso leia, tire suas conclusões e entenderá porque seus livros viraram Clássicos da Literatura.
Para concluir, quero dizer que esse livro trata do ananke(palavra grega que significa fatalidade) das coisas.Os Miseráveis trata do ananke das leis e Notre-Dame de Paris o ananke dos dogmas. Quando terminar de falar sobre o último, colocarei aqui a explicação de todos e o porquê do escritor fazer essa trilogia de ananke.
Boa Compulsão a todos!!!

domingo, 11 de julho de 2010

ZÉLIA GATTAI II - CITTÀ DI ROMA -(GATTAI,Zélia - Ed.Record)


Sou fã de Zélia Gattai e isso não nego, por isso sempre que vier aqui colocar impressões de meus livros lidos, a escritora terá destaque especial.
Zélia me ensinou e mostrou muito sobre um dos maiores escritores brasileiros, mas toda vez que termino de ler seus livros, aprendo um pouquinho da história dela, que em vários momentos se confundem com a história do nosso país.
O grande barato de ler os livros da Zélia é o desapego a qualquer escola literária, sendo que cada livro seu é uma auto biografia e uma biografia de sua família.
O livro Città di Roma remete ao final do século XIX e o início do século XX, aonde imigrantes europeus vinham tentar a sorte num mundo novo, a América, com inúmeras promessas de vida próspera. O livro conta a história do caminho que seus avós fizeram, as agruras e os ensejos, recheadas de pedaços importantes da História do Brasil, até chegar ao seu nascimento, infância e descobertas da adolescência. Destaque para os hábitos e costumes de época, tão diferentes dos atuais.
Como todo livro de Zélia, um humor leve, junto a sua escrita repleta de sentimentos, ficando muito claro quando percebemos toda sua mágoa com os acontecimentos sucedidos ao seu pai.
Zélia Gattai é boa leitura sempre!
Boa Compulsão a todos!!!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dia do falecimento do Prêmio Nobel de Literatura, José Saramago.


Hoje, 18/06/2010 o mundo perdeu um grande escritor, Prêmio Nobel de Literatura em 1998 e autor de grandes obras. Gostaria de deixar alguma mensagem aqui para mostrar minha admiração, mas prefiro deixar as palavras de Harold Bloom, com a qual eu corroboro.
Em 2003, o crítico norte-americano Harold Bloom, no seu livro("Génio: Um Mosaico de Cem Exemplares Mentes Criativas"), considerou José Saramago "o mais talentoso romancista vivo nos dias de hoje", referindo-se a ele como "o Mestre". Declarou ainda que Saramago é "um dos últimos titãs de um gênero literário que se está a desvanecer".

sexta-feira, 4 de junho de 2010

BERTOLT BRECHT - A SANTA JOANA DOS MATADOUROS - (BRECHT, Bertolt - Domínio Público)


Há pouco tempo, tive a oportunidade de ler meu primeiro livro de Brecht para um trabalho da Faculdade. Confesso que fiquei surpreso com a forma que o autor escreve e aborda os assuntos. Às vezes autores como Brecht passam despercebidos, pura e simplesmente por não termos quem nos apresente suas obras, ou nos incentive a ler grandes clássicos da Literatura Universal.
A Santa Joana dos Matadouros é uma peça de teatro que foi escrita de 1929 a 1931, mas é tão atual que agora, na década que vivemos, aparecem situações semelhantes aos borbotões nos noticiários. O senso crítico do autor é embasado em exemplos muito bem colocados. A política, a religião e a luta de classes são mostradas de uma forma clara, inteligente e sem rodeios. O livro é uma obra imperdível, por isso gostaria de deixar aqui no blog, alguns pontos que considero interessantes e que merecem uma atenção especial do leitor.
A primeira é em relação à personagem Joana, que é de uma ingenuidade tão grande quanto sua vontade de mudar o mundo. Em termos atuais, a Joana de Brecht é a famosa bucha de canhão da história do livro. Tendo até o seu momento derradeiro, sido usado para o benefício dos interesses dos poderosos.
Segundo, a semelhança da personagem Bocarra com os políticos e empresários de hoje é assombrosa!
Terceiro, a crítica as pseudo religiões e homens que se aproveitam da fé alheia para motivos estritamentes financeiros.
Para quem gosta de uma leitura leve e extremamente crítica, vai viajar no ponto de vista do autor.
Boa Compulsão a todos!!!

JORGE AMADO II - CAPITÃES DA AREIA - (AMADO, Jorge - Ed.Record)



Jorge Amado é um dos últimos grandes escritores que o Brasil teve, ainda hoje é lido e conceituado dentro e fora do país. Escreveu inúmeros livros, sendo vários deles imperdíveis, grandes obras da Literatura que se perpetuarão ao longo do tempo, e que num futuro próximo, será estudado e discutido como os consagrados mestres são!
O Livro foi escrito(pasmem) em 1937, já mostrando naquela época os problemas sociais do nosso país, que hoje só faz aumentar, provando que enquanto houver descaso e falta de boa vontade, a obra continuará atual!
Jorge Amado em todas as suas fases literárias, jamais se esqueceu de suas raízes e por conhecer de perto as mazelas do povo, colocou o dedo na ferida dos políticos e da população ao escrever o livro Capitães da Areia, sem eximir ninguém de culpa, fazendo uma ferrenha crítica social, bem fundamentada e sem demagogia.
Capitães da Areia entra no rol dos livros que se imortalizam em nossas memórias, com sua história emocionante de amores, tristezas, felicidades, dores, aventuras e perdas, nos levando a participar ativamente como mais um dentre aqueles que habitaram o velho trapiche. O autor tem a incrível capacidade de fazer que em nossos corações, suas personagens tenham vida.
Ao encerrarmos a leitura e fecharmos o livro, inevitavelmente começaremos outro capítulo, só que em nossa consciência, com nossas reflexões, e quem sabe, daí surjam ideias que construam capítulos melhores para aqueles que precisam.
Boa Compulsão a Todos!!!

domingo, 30 de maio de 2010

FLAUBERT I - MADAME BOVARY-(FLAUBERT, Gustave, -Domínio Público)


Antes de falar sobre o livro, gostaria de deixar aqui um agradecimento especial ao meu Mestre de Literatura Universal II, Professor Doutor Fernando Barros da UERJ, por ter apresentado a mim e a minha turma, esse livro como trabalho em sala de aula( mesmo já tendo há anos em minha estante, e sem nunca ter lido), e por ter me dado a incrível oportunidade de ler meu primeiro livro, entendendo tudo o que se passou antes, durante e depois de sua publicação, em resumo, todo contexto histórico.
Apesar de Madame Bovary ter sido o primeiro livro que li de Flaubert, bastou para que eu me tornasse fã.
O autor tem um jeito bem peculiar de escrever, com palavras rebuscadas e riqueza de descrição, que em certo ponto pode até se tornar enfadonho ao leitor. Principalmente aos acostumados a livros de ação.
Flaubert nunca deve ter imaginado que seu livro ficaria para a história como sendo pioneiro em muitas coisas, a começar pela briga judicial que impedia sua publicação, também por ser um livro com ideias avançadíssimas para sua época e entre outras, porque sua protagonista Emma Bovary deu origem ao adjetivo "Bovarismo" (que significa querer ser algo ou sentir algo que não é. Querer ser outro), termo até hoje usado na área de comportamento humano.
Madame Bovary é dividido em três partes, sendo a primeira e a terceira partes, mais dinâmicas e conclusivas, e a segunda parte recheada com excessos de descrição. O livro tem uma história muito boa, ainda mais quando imaginamos que foi escrito no século XIX.
Vale a pena lê-lo por tudo o que representa, pela sua história, seu contexto histórico e para tentar entender o "Bovarismo" de Emma e Homais, e a parcimônia irritante do pobre Charles.
Detalhe para adicionar a sua leitura, há indícios que o livro é biográfico ou autobiográfico. Sensacional, não é?
Boa Compulsão a todos!!!

sábado, 22 de maio de 2010

CHICO XAVIER I - NOSSO LAR -(XAVIER, Francisco Cândido, Ed. Feb)


O Espiritismo é o bálsamo consolador prometido, e Chico Xavier foi quem melhor divulgou essa doutrina de amor e esperança aos que sofrem.
O Livro Nosso Lar é um norte para todos aqueles que buscam em seu íntimo e na vida explicações que ninguém jamais deu. Traz informações precisas de um Mundo desconhecido de muitos e nos ensina como podemos alcançá-lo.
André Luiz nos conta sua experiência além da vida, seu aprendizado e suas dúvidas após o desencarne. Fala também sobre o que viu nessa "cidade nova", contando casos e mostrando situações semelhantes ao nosso cotidiano, revelando surpresas agradáveis e fascinantes para os ávidos buscadores de respostas.
Chico Xavier foi um homem iluminado, que vivia o que Jesus nos pediu em sua plenitude e amava incondicionalmente o seu próximo. Antes de questioná-lo devemos tentar fazer 1/10 do que ele realizou. Se ele fosse lembrado somente pelos corações que ele consolou com suas palavras de amigo e seu abraço fraterno, já teria valido a pena sua existência.
Chico Xavier psicografou mais de 400 livros(sendo que todos os direitos financeiros que lhe cabiam, foram revertidos para obras assistenciais) que até hoje ensinam e ajudam as pessoas a entenderem a doutrina da fé raciocinada.
O livro Nosso Lar é um livro de amor, esperança e renovação que traz entendimento para todos que desejam aprender mais a respeito da "vida após vida".
Livro de cabeceira dos espíritas que recomendo sem preconceito a todos os leitores.
Boa Compulsão a todos.

domingo, 25 de abril de 2010

DOSTOIÉVSKI I - O IDIOTA - (DOSTOIÉVSKI,Fiódor Mikhailovich, Domínio Público)


Não sei se posso definir Dostoiévski como gênio, pois seria um adjetivo muito humano para uma pessoa que não parecia desse planeta. Dostoiévski está para a Literatura assim como Pelé está para o futebol.
Ao longo do tempo pude observar a capacidade de alguns escritores em fazer descrição, seja de um rosto, uma cena de amor, uma cidade ou qualquer outra situação com tanta riqueza de detalhes que ficamos boquiabertos ao ler, pois parece que estamos vendo com nitidez o que está escrito. Agora, descrever com maestria o que se passa na alma do ser humano, Dostoiévski fazia como ninguém! A profundeza que ele atinge nos sentimentos é inenarrável, ficaria horas escrevendo e não acharia as palavras certas para defini-lo e nem os adjetivos para elogiá-lo. Ler Dostoiévski e viajar as profundezas do cerne humano, destrinchar as várias faces do lado sombrio do homem, se reconhecer nas mazelas morais, descobrir reentrâncias do cérebro, não julgar o caráter de um indivíduo por perceber que também somos presas fáceis das armadilhas da vida, percorrer mundos adormecidos, dar vida a sentimentos que só conhecemos na forma de adjetivo e ir a um abissal monstruoso, para entender que qualquer um de nós poderia ser uma personagem de seus livros.
À medida que ia lendo o livro O Idiota e identificando as personagens, comecei a perceber que o Príncipe Mishkin nada tinha de idiotia, pelo contrário, o idiota era eu e todas as outras personagens que fazem parte da história. Só não vou dizer que tive piedade e quis carregar o príncipe no colo para não parecer mais idiota. Só mesmo esse escritor sobrenatural para nos presentear com essa personagem de raríssima riqueza literária. O Príncipe Mishkin é a personagem que todo escritor gostaria de inventar e O Idiota, o livro que todos gostariam de ter escrito. É impossível acompanhar impassível as "aventuras" e "desventuras" desse pobre coitado que encanta a quem lê, como torna-se automático buscar um paralelo com pessoas que conhecemos na vida real. A bondade e paciência do "Idiota" Mishkin são contagiantes, por isso é inevitável não sofrer junto com ele ao longo das páginas do livro como se fosse uma pessoa próxima a nós. Leitura Obrigatória e prazerosa.
Boa Compulsão a todos!!!

terça-feira, 20 de abril de 2010

ZÉLIA GATTAI I - JARDIM DE INVERNO - (GATTAI, Zélia , Ed.Record)


Acho que o primeiro passo ao falar de Zélia Gattai é apresentá-la, já que poucos a conhecem. Zélia era esposa de Jorge Amado, e viveu com ele acontecimentos marcantes, muitos dos quais se misturam com a história do país. Após a morte do marido, assumiu sua cadeira na Academia Brasileira de Letras se tornando uma imortal. Ao ler os livros de Zélia sentimos um grande prazer, proporcionado pela linguagem clara e fácil que ela usava, dando a sensação de ser uma historinha contada pela nossa mãe.
Zélia Gattai era uma escritora despretensiosa que conseguiu fazer sucesso escrevendo tudo o que viu na vida, contando em pormenores e com riquezas de detalhes, histórias de sua família, da sua infância, juventude, dos filhos, do casamento com Jorge Amado, das agruras, do exílio e de passagens da história do país, na qual foi protagonista e testemunha. Conseguiu singularidade em seus livros e abdicou de usar o sobrenome consagrado em todo mundo, pois a única influência do marido famoso na sua obra foi o incentivo(contado por ela num de seus primeiros livros)falando pra ela escrever tudo o que ela se lembrasse e viesse a cabeça.
Quem gosta do Jorge Amado e quer saber sobre sua biografia, costumes e como viveu, os livros da esposa serve como excelente dossiê. Já os que se interessam por História do Brasil, política ou simplesmente querem ficar a par de costumes de sua época acharão nesse livro verdadeira relíquia, que ainda trás como brinde, os sentimentos da escritora.
jardim de Inverno é um dos mais belos livros de Zélia Gattai, onde ela conta como foi viver exilada na extinta Tchecoslováquia, sem poder visitar a família, os amigos e sua pátria. Mesmo dentro do Turbilhão em que vivia, a autora enumera e fala sobre as coisas boas que aconteceu nesse período, como o nascimento de sua filha, as viagens inesquecíveis, e o prêmio Internacional Stalin da Paz que o marido recebeu. Para quem só conhece socialismo nos livros, Zélia resgata uma época não muito distante de um Mundo dividido em dois sistemas. E contando com a experiência de quem vivenciou essas mudanças, mostra os dois lados, com suas vantagens e desvantagens.
O Livro é uma grande viagem que o leitor fará junto com as personagens principais numa aventura da vida real.
Boa compulsão a todos!!!

terça-feira, 13 de abril de 2010

WILLIAM P. YOUNG I - A CABANA - (YOUNG, William P. - Ed. Sextante)


Se hoje me perguntarem, o que senti após ler o livro A Cabana, digo com sinceridade, parecia que havia levado um soco no estômago. Digo isso, pois quem me conhece, sabe o meu receio com livros Best-sellers. Não é preconceito, acho até que é comum quem lê há muito tempo, criar ranços com algum escritor, alguma editora ou até por livros comerciais. Talvez eu padeça desse mal, por isso prefiro os clássicos e os antigos e faço restrições quanto a ler os novos, os badalados pela mídia, os que estão no topo dos mais vendidos, etc. Até que há 2 meses atrás, conversando com minha prima, entramos fatalmente no assunto Livro (novidade não, é?), e ela me fez ótimas recomendações, e disse que me emprestaria caso eu quisesse lê-lo, mas como estava com uma pilha enorme de livros para ler, disse que pegaria depois, ela insistiu e disse que era o tipo de livro que eu iria gostar de ler. Aí já era a pilha de livros, minha prima conseguiu atingir o meu ponto fraco, atiçou minha curiosidade. resultado: Peguei o livro e o devorei em dois dias(sendo que demorei dois meses para devolver).
Bom , falando sobre o livro, é bom deixar uma coisa bem clara para quem for ler, o livro não é religioso, mas é todo baseado na fé e nos desígnios de Deus. É um livro que te ajuda, sem ser de auto-ajuda, te ensina a jamais abandonar a fé, sem ser religioso, e te faz refletir sobre aquelas perguntas que rondam sua cabeça dia e noite. A história começa com uma tristeza inicial e vai a um final surpreendente, com respostas que só podemos encontrar dentro de nós mesmos, mantendo a fé em Deus e cultivando o amor.
Recomendo a leitura, e que essa cabana também tenha uma linda mensagem para você.
Boa Compulsão a todos!!!

JORGE AMADO I - A DESCOBERTA DA AMÉRICA PELOS TURCOS(AMADO, Jorge - Ed.Record


Que Jorge Amado é um escritor fantástico, ninguém nega. Talvez por isso sempre que pegamos um livro escrito por ele para ler, vamos com tanta sede ao pote, que se encontramos esse pote com água abaixo da metade, ficamos "aperreados". O livro em si, não é ruim, mas é uma história tão normal, que qualquer um poderia ter escrito. Não se parece em nada com os grandes títulos que o baiano sempre nos presenteou. A Descoberta da América pelos Turcos me lembra muito o livro chamado Velhos Marinheiros ou Capitão de Longo Curso, que mais parece obra infanto juvenil, tamanha simplicidade. Repito, o livro não é ruim, mas está muito aquém do que o escritor já produziu.
O Livro conta a história de dois amigos Turcos(Árabes)que vem para o Brasil, mais precisamente para o sul da Bahia no início do século passado, onde fervilhava o plantio e comércio do cacau. A metade do livro até o final se desenvolverá em cima dos esponsais de Adma, que é a filha solteira, feia e rabugenta do dono do armazém O Barateiro. O humor, as tiradas engraçadas e as sacanagens estão presentes no livro, dando leveza e tornando a leitura agradável.
Boa compulsão a todos!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

EDGAR ALLAN POE I - HISTÓRIAS EXTRAORDINÁRIAS(POE,Edgar Allan, Ed. Martin Claret)



A definição de genialidade pode ser muito difícil e perigosa de ser aplicada, mesmo porque, quem eu considero gênio, pode não ser para outros. Talvez por isso, toda definição, conceito ou crítica, deve ser feita com a maior imparcialidade possível, sob risco de elevarmos ou destruirmos algo ou alguém. Entretanto, rogando de minhas prerrogativas pessoais e indiscutíveis, me permito o direito de não ser totalmente imparcial e usar minha parcialidade quando me aprouver, dito isto, elevo a categoria de gênio, Edgar Allan Poe. Ao longo de minha vida, percebi que os maiores escritores, sempre passaram os maiores perrengues. Será que no sufoco, com problemas financeiros, vícios e tragédias pessoais os grandes mestres encontravam inspiração? Não sei, mas olhando por esse prisma, produziam mais e melhor. Allan Poe inspirou grandes escritores de sua época e de épocas futuras, e só por isso merecia destaque maior do que ocupa nas nossas estantes. Só para citar um exemplo, Charles Baudelaire foi um dos que o admiraram. Baudelaire, um "maldito" da Literatura Universal, traduziu os contos de Allan Poe e o considerava "irmão de alma". Em uma carta enviada a um crítico de arte, Baudelaire escreveu: "Sabe por que tão pacientemente traduzi Poe? Porque ele se parece comigo. A primeira vez que abri um livro seu, vi, com terror e fascinação, não apenas temas sonhados por mim, mas frases pensadas por mim e escritas por ele vinte anos antes". O gênio Allan Poe, tem como obra mais importante, seu poema chamado "O Corvo", que por uma tremenda infelicidade não está reunida nesse livro, mas para quem não leu e tiver curiosidade, leia, é só procurar no google que achará rápido. Em compensação, nesse livro, podemos desfrutar de alguns de seus melhores contos. Vale a pena enriquecer seu repertório de contos com essas pérolas da Literatura Americana, com atenção especial aos contos detetivescos(O Escaravelho de Ouro, A Carta Roubada e Os Crimes da Rua Morgue) que inspirou Conan Doyle a criar seu Sherlock Holmes[qualquer semelhança entre Sherlock de Conan Doyle e o Dupin de Allan Poe, não é mera coincidência], e nos contos (A Queda da Casa de Usher e o conto Gato Preto) com uma grande semelhança aos contos do Ultra-Romantismo.
Boa Compulsão a todos!!!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

COMO COMEÇA UMA PAIXÃO?

Posso dizer que a minha paixão pela Literatura vem de longa data, uma história repleta de bons e marcantes momentos, que até hoje margeia e dita diretrizes para o meu quotidiano. Minha história começa mais ou menos assim:

Desde a infância, fui incentivado a ler pelos meus pais, que eram leitores regulares e consumidores de bons títulos. A escola se tornou também boa incentivadora, com redações criativas e trabalhos de casa em forma de leitura. O dever de casa virou uma divertida forma de passar o tempo, com O Menino Maluqinho(Ziraldo, Ed. Melhoramentos), os livros de Monteiro Lobato, a coleção Vaga-Lume(Ed.Ática) e tantos outros que coloriam meus sonhos. Entretanto, um livro em especial mexeu com meu imaginário, me fazendo despertar para um mundo novo. Esse livro se chamava O Leão Filósofo, Serafim e Outros Bichos (CORREIA,Marlene de Castro, Ed. de Orientação Cultural), eu devia ter entre 9 e 11 anos, não me recordo bem a idade, em compensação a sensação de ser parte da história com as personagens, tenho toda vez que volto aquele tempo. Com a idade avançando, passei a ler os livros infanto-juvenis como O Enigma do Pássaro de Pedra(YAZBECK,Ivan, Ed.Scipione) e os livros da Coleção Para Gostar de Ler(Ed.Ática) que me prendiam no sofá, contudo ainda não era um leitor regular, não que faltassem livros ou incentivo, pois lá em casa os volumes abarrotavam as estantes. Pouco tempo depois, numa conversa casual com minha mãe, leitora assídua e voraz, começamos a falar sobre livros, hoje não sei dizer como entramos nesse assunto, mas sei que recebi um dos maiores empurrões literários que já tive. Fui aconselhado por ela a ler os seus livros de Agatha Christie, uma pequena coleção particular que preenchia boa parte das prateleiras. Os romances policiais e as aventuras do detetive Hercule Poirot me dominaram e ocuparam minhas manhãs, tardes, noites e incontáveis madrugadas. Com a Agatha Christie me tornei um leitor REGULAR, e com isso nasceu à curiosidade de navegar outros mares, seguindo esse princípio, pegava um ou outro título para ler, sem preconceito ou preferência de autor. Nessas buscas por bons livros, acabei aos 15 anos sendo apresentado a um clássico que mudaria meu modo de ver o mundo, li e reli com pouca margem de tempo o livro Nosso lar (XAVIER,Francisco Cândido, pelo espírito André Luiz, Ed.Feb), com mensagens que norteiam minha vida e me faz acreditar que possa existir um mundo de amor entre os homens. A partir desse momento passei a mesclar, meus livros com os títulos espíritas(coisa que faço até hoje). Por obra do destino um segundo empurrão aconteceu comigo, novamente numa conversa em família, fiquei curioso ao ouvir meu pai mencionar um escritor chamado Jorge Amado, resultado: Ler Jorge Amado se tornou um grande prazer, e após um trabalho realizado no 2º grau sobre o livro Capitães da Areia(AMADO,Jorge, Ed. Record), me tornei um leitor APAIXONADO. Ainda hoje, enquanto escrevo esse post, lembro com clareza que Capitães da Areia foi o primeiro livro da minha vida que não terminou quando virei à última página. Depois de ler esse Baiano com cara de mal, mas com sensibilidade e humor sem igual, descobri o quanto era rica a Literatura Brasileira, e aos borbotões os autores Tupiniquins entravam na minha lista. Todo amante da boa leitura sabe que em qualquer lugar ou momento, procuramos pessoas afins para trocarmos ideias e impressões sobre as histórias lidas, e eu não fugia a regra. Nos idos de 2002, de 23 para 24 anos, tendo deixado meus grandes amigos na cidade(Paraíba do Sul - RJ) que havia morado por 8 anos, me sentia órfão de pessoas que sorvessem desse cálice como eu. Eis que veio o terceiro empurrão. Enquanto trabalhava num escritório, conheci uma pessoa que veio a se tornar uma grande amiga, com a mesma paixão por Literatura e com a mesma disposição para a troca de ideias. Além da amizade que cultivo até hoje, essa amiga me apresentou a grandes nomes da Literatura Estrangeira, como, Dostoievski, Gorki, Victor Hugo, Stephan Zweig, etc, e creio que ali, conhecendo o mundo através de suas letras, me tornei verdadeiro apaixonado pela Literatura Universal.
Hoje com 31 anos, fazendo um balanço da minha contabilidade como leitor, percebo que não li 1/1000 do que gostaria, sendo assim, tenho uma estrada longa a percorrer, e por isso o Blog A LEITURA COMPULSIVA servirá de hoje em diante como mais um incentivo, e como uma forma de partilhar impressões pessoais, sobre livros e autores lidos, novidades no mundo Literário e falar de um modo informal e descontraído sobre tudo o que se refere à Literatura.
Deixo claro, a título de informação, que não pretendo de forma alguma fazer crítica literária, mesmo que escape alguma por entrelinhas.