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sexta-feira, 30 de março de 2012

HELDER MACEDO, PEDRO E PAULA (MACEDO, Helder - Rio de Janeiro: Record, 1999)


Quem disse que escritor teórico não consegue escrever bons romances? Helder Macedo está aí para desmenti-los.
Pedro e Paula é um romance bem escrito e perfeitamente elaborado por um escritor que conhece todos os meandros e mecanismos desse tipo de literatura.
Nada soa piegas e até os clichês romancistas são apresentados de uma forma a surpreender o leitor e acrescentar à história.
Macedo traça um paralelo com o contexto histórico em que o romance é ambientado. Paula é todo o ideal libertário, de como o mundo deve seguir, olhando pra frente, livre, sem preconceitos, sem falsos pudores ou hipocrisia. Em contrapartida, Pedro, seu irmão gêmeo na trama representa tudo aquilo que há de ruim, retrógrado, reacionário e deve ser deixado pra trás. Desde antes do nascimento dos personagens até suas vidas adultas, o autor reconta parte da história de Portugal, suas colônias , a ditadura e todos os problemas por que passaram e que são expostos por ele nesse romance. Assim como vários outros escritores portugueses o fazem, com o intuito de não repeti-los e de fazer com que outras gerações passem a limpo essa fase marcante da história portuguesa.
Helder Macedo nos faz amar Paula até no seu silêncio e odiar Pedro até no seu sorriso. O romance seduz, prende, liberta, empurra e nos faz de marionetes caminhando até a última página como participantes que a qualquer momento tomaremos parte no destino dos irmãos.
Eis um típico romance que nos impele a ler outros livros do mesmo autor.
Boa Compulsão a todos!!!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

SHAN SA, A JOGADORA DE GO (SA, Shan, Trad: Adriana Lisboa) Rio de Janeiro: Rocco, 2004


Ontem estive na Ásia, passeei pela China, Japão e parei na Manchúria. Na Praça dos Mil Ventos aprendi a jogar Go, o jogo de tabuleiro mais difícil que existe no mundo, observei costumes de um povo diferente, sofri as dificuldades de viver em época de guerra (final da década de 20 e início da década de 30, séc. XX) e conheci dois jovens, de países diferentes, mas com dilemas iguais a de todos os jovens do mundo.
Ao fim da minha viagem percebi que nem tudo pode ter um final feliz e sim um final possível.
Hoje começo meu post diferente dos demais. Resolvi escrever essa historinha acima para demonstrar o quanto a literatura pode ser fascinante, como podemos ser, viver, viajar e sentir ao ler um livro. Felizes aqueles que gostam e sabem aproveitar o prazer da boa leitura, um prazer que nos preenche, sem nem precisarmos levantar do sofá de casa.
O Romance A Jogadora de Go é um daqueles livros que não conseguimos desgrudar. Shan Sa conta em paralelo a vida de dois jovens de mundos diferentes até que suas vidas convergem naquele ponto que denominamos destino. Antes de ler esse livro vi na internet comentário de uma leitora que dizia não ser bom começar a ler essa história se o futuro leitor não estivesse de bem com a vida. Descontando o exagero da leitora, realmente nos envolvemos à medida que a história avança e torcemos pela sorte das personagens. O caminho que a história trilha intimamente nos impele a prever o pior, mesmo que ainda carreguemos aquele ranço dos contos de fadas, onde o final feliz está no imaginário e no senso comum.
Shan Sa aborda o mundo de transições que os jovens vivem, seus conflitos e dramas utilizando como pano de fundo países com tradições rigorosas e a guerra. Essa história merece o cinema, para que mais pessoas compartilhem dessa história fantástica.
Há muito tempo busco literatura de países que pouco figuram nas livrarias e nas nossas estantes. Começar pela literatura chinesa e pelo romance da escritora Shan Sa foi um excelente presente de boas vindas.
Recomendo a leitura como romance, como história e como novos horizontes literários.
Como disse no inicio, nem tudo na vida tem um final feliz e sim um final possível.
Boa Compulsão a todos!!!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

JOSÉ FRÈCHES - EU, SIDDHARTA, O BUDA (FRÈCHES, José - Trad. REBELLO, Aurélio Barroso e ALVES, Laura) Rio de Janeiro: Ediouro, 2005


Escolher um livro para representar meus votos de feliz ano novo aos amigos que prestigiam meu blog foi tarefa difícil. Há muito tempo não o atualizo, pelas velhas desculpas de sempre: Trabalho, Faculdade, família e etc..
Nesse fim de ano um colega do trabalho me aguçou a curiosidade sobre um livro que falava sobre a vida do Buda. Disse que eu precisava ler, pois a história era fantástica. Já no fim de Dezembro ele me emprestou. Como estava lendo outro, deixei-o na fila. No dia 30 comecei a lê-lo, na véspera do ano novo foi impossível, mas no dia 01/01 retomei a leitura e só o fechei depois de terminada a leitura.
Fato, meu colega tinha razão. O livro é extraordinário e conta em forma de romance a vida de Siddhartha Gautama, o Buda. O escritor francês, José Frèches, especialista em cultura oriental romanceia a vida do Buda, desde seu nascimento até sua morte. Para quem é leigo no Budismo (e o livro não pretende converter ninguém), trás fatos como: A sua revolta com o sistema de castas da Índia e a briga pela igualdade de todos, sua infância prodígia, seu desprendimento, sua iluminação e ensinamentos que perduram até hoje.
O que mais me chamou a atenção e creio ser um ponto forte do livro é sua distância com a religião, a história sendo contada simplesmente.
Um belo romance que pincela a vida desse iluminado, mostrando ensinamentos e bons conselhos para os seres humanos. Vale à pena a leitura desse livro para começar bem 2012.
Desejo a todos um 2012 de muita paz, saúde e sucesso! Boas leituras nesse ano que se inicia e que todos conquistem seus objetivos.
Abraços e Boa compulsão a todos!!!