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sexta-feira, 30 de março de 2012

HELDER MACEDO, PEDRO E PAULA (MACEDO, Helder - Rio de Janeiro: Record, 1999)


Quem disse que escritor teórico não consegue escrever bons romances? Helder Macedo está aí para desmenti-los.
Pedro e Paula é um romance bem escrito e perfeitamente elaborado por um escritor que conhece todos os meandros e mecanismos desse tipo de literatura.
Nada soa piegas e até os clichês romancistas são apresentados de uma forma a surpreender o leitor e acrescentar à história.
Macedo traça um paralelo com o contexto histórico em que o romance é ambientado. Paula é todo o ideal libertário, de como o mundo deve seguir, olhando pra frente, livre, sem preconceitos, sem falsos pudores ou hipocrisia. Em contrapartida, Pedro, seu irmão gêmeo na trama representa tudo aquilo que há de ruim, retrógrado, reacionário e deve ser deixado pra trás. Desde antes do nascimento dos personagens até suas vidas adultas, o autor reconta parte da história de Portugal, suas colônias , a ditadura e todos os problemas por que passaram e que são expostos por ele nesse romance. Assim como vários outros escritores portugueses o fazem, com o intuito de não repeti-los e de fazer com que outras gerações passem a limpo essa fase marcante da história portuguesa.
Helder Macedo nos faz amar Paula até no seu silêncio e odiar Pedro até no seu sorriso. O romance seduz, prende, liberta, empurra e nos faz de marionetes caminhando até a última página como participantes que a qualquer momento tomaremos parte no destino dos irmãos.
Eis um típico romance que nos impele a ler outros livros do mesmo autor.
Boa Compulsão a todos!!!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

SHAN SA, A JOGADORA DE GO (SA, Shan, Trad: Adriana Lisboa) Rio de Janeiro: Rocco, 2004


Ontem estive na Ásia, passeei pela China, Japão e parei na Manchúria. Na Praça dos Mil Ventos aprendi a jogar Go, o jogo de tabuleiro mais difícil que existe no mundo, observei costumes de um povo diferente, sofri as dificuldades de viver em época de guerra (final da década de 20 e início da década de 30, séc. XX) e conheci dois jovens, de países diferentes, mas com dilemas iguais a de todos os jovens do mundo.
Ao fim da minha viagem percebi que nem tudo pode ter um final feliz e sim um final possível.
Hoje começo meu post diferente dos demais. Resolvi escrever essa historinha acima para demonstrar o quanto a literatura pode ser fascinante, como podemos ser, viver, viajar e sentir ao ler um livro. Felizes aqueles que gostam e sabem aproveitar o prazer da boa leitura, um prazer que nos preenche, sem nem precisarmos levantar do sofá de casa.
O Romance A Jogadora de Go é um daqueles livros que não conseguimos desgrudar. Shan Sa conta em paralelo a vida de dois jovens de mundos diferentes até que suas vidas convergem naquele ponto que denominamos destino. Antes de ler esse livro vi na internet comentário de uma leitora que dizia não ser bom começar a ler essa história se o futuro leitor não estivesse de bem com a vida. Descontando o exagero da leitora, realmente nos envolvemos à medida que a história avança e torcemos pela sorte das personagens. O caminho que a história trilha intimamente nos impele a prever o pior, mesmo que ainda carreguemos aquele ranço dos contos de fadas, onde o final feliz está no imaginário e no senso comum.
Shan Sa aborda o mundo de transições que os jovens vivem, seus conflitos e dramas utilizando como pano de fundo países com tradições rigorosas e a guerra. Essa história merece o cinema, para que mais pessoas compartilhem dessa história fantástica.
Há muito tempo busco literatura de países que pouco figuram nas livrarias e nas nossas estantes. Começar pela literatura chinesa e pelo romance da escritora Shan Sa foi um excelente presente de boas vindas.
Recomendo a leitura como romance, como história e como novos horizontes literários.
Como disse no inicio, nem tudo na vida tem um final feliz e sim um final possível.
Boa Compulsão a todos!!!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

JOSÉ FRÈCHES - EU, SIDDHARTA, O BUDA (FRÈCHES, José - Trad. REBELLO, Aurélio Barroso e ALVES, Laura) Rio de Janeiro: Ediouro, 2005


Escolher um livro para representar meus votos de feliz ano novo aos amigos que prestigiam meu blog foi tarefa difícil. Há muito tempo não o atualizo, pelas velhas desculpas de sempre: Trabalho, Faculdade, família e etc..
Nesse fim de ano um colega do trabalho me aguçou a curiosidade sobre um livro que falava sobre a vida do Buda. Disse que eu precisava ler, pois a história era fantástica. Já no fim de Dezembro ele me emprestou. Como estava lendo outro, deixei-o na fila. No dia 30 comecei a lê-lo, na véspera do ano novo foi impossível, mas no dia 01/01 retomei a leitura e só o fechei depois de terminada a leitura.
Fato, meu colega tinha razão. O livro é extraordinário e conta em forma de romance a vida de Siddhartha Gautama, o Buda. O escritor francês, José Frèches, especialista em cultura oriental romanceia a vida do Buda, desde seu nascimento até sua morte. Para quem é leigo no Budismo (e o livro não pretende converter ninguém), trás fatos como: A sua revolta com o sistema de castas da Índia e a briga pela igualdade de todos, sua infância prodígia, seu desprendimento, sua iluminação e ensinamentos que perduram até hoje.
O que mais me chamou a atenção e creio ser um ponto forte do livro é sua distância com a religião, a história sendo contada simplesmente.
Um belo romance que pincela a vida desse iluminado, mostrando ensinamentos e bons conselhos para os seres humanos. Vale à pena a leitura desse livro para começar bem 2012.
Desejo a todos um 2012 de muita paz, saúde e sucesso! Boas leituras nesse ano que se inicia e que todos conquistem seus objetivos.
Abraços e Boa compulsão a todos!!!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A ITÁLIA NO BRASIL: DIÁLOGOS E INFLUÊNCIAS.

Excelente oportunidade para os amantes de Literatura. A Academia Brasileira de Letras promove a abertura do ciclo “A Itália no Brasil: diálogos e influências”. E o primeiro conferencista é o consagrado autor do livro "História Concisa da Literatura Brasileira", Alfredo Bosi. Palestras de graça e com certificado.
Boa Compulsão a todos!!!


domingo, 18 de setembro de 2011

NISE DA SILVEIRA - SENHORA DAS IMAGENS.



Sucesso em Brasília, Rio e Niterói, o espetáculo “Nise da Silveira – Senhora das Imagens” tem nova temporada a partir de nove de setembro no Centro Cultural Correios, onde lança seu DVD. Eleito pela Veja Rio um dos melhores espetáculos de 2011, o monólogo, criado pela Essencial Cia de Teatro, conta a história daquela que é uma das brasileiras mais importantes do século XX: a médica Nise da Silveira (15 de fevereiro de 1905 – 30 de outubro de 1999), vivida pela atriz Mariana Terra. Ao defender o uso da chamada terapêutica ocupacional em detrimento dos eletrochoques para apaziguar pacientes nos momentos de crise, Nise acabou por revolucionar o tratamento psiquiátrico não só no Rio de Janeiro como em todo o país.

E para contar a história de personagem tão vanguardista, o diretor Daniel Lobo, também responsável juntamente com Mariana pelo texto, concebeu espetáculo que pode ser chamado de multimídia por unir vídeo, dança, canto e pantomima. Assinada pela consagrada bailarina Ana Botafogo, a coreografia é executada ao som de temas compostos especialmente por João Carlos Assis Brasil, um dos maiores pianistas brasileiros em atividade. Sobre o cenário de Ronald Teixeira são projetadas pinturas do Museu de Imagens do Inconsciente, editadas pelo designer Batman Zavareze, além de depoimento exclusivo do poeta Ferreira Gullar, biógrafo de Nise. A encenação conta também com a participação especial de Carlos Vereza, cuja voz, ouvida em off, dá vida ao psicanalista Carl Gustav Jung, importante referência na vida da personagem.

Serviço
“Nise da Silveira – Senhora das Imagens”
Temporada: 9 de setembro até 23 de outubro de 2011 - de quinta-feira a domingo às 19h
Local: Centro Cultural Correios (Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – Tel. 2253-1580)
Bilheteria: 2219-5165 - de quarta-feira a domingo, das 16h às 19h
Ingressos: R$30 (inteira); R$ 15 (meia) - Reservas: (21) 9607-9593
Capacidade: 200 lugares
Duração: 90 minutos
Classificação etária: 16 anos
Apoio Cultural: Centro Cultural Correios
Realização: Cia Essencial de Teatro
Interpretação e co-dramaturgia: Mariana Terra
Dramaturgia e direção: Daniel Lobo
Coreografias: Ana Botafogo
Trilha original: João Carlos Assis Brasil
Participações de Carlos Vereza (voz) e de Ferreira Gullar (em vídeo)
(Retirado do site do Centro Cultural dos Correios - http://www.correios.com.br/sobreCorreios/educacaoCultura/centrosEspacosCulturais/CCC_RJ/default.cfm )

COMENTÁRIOS
Recomendo sem susto! Fui assistir a peça com amigos e me emocionei do inicio ao fim. Apresentação belíssima, atuação magistral e emocionante, fora a linda biografia da Nise da Silveira. O Centro Cultural dos Correios é um espaço aconchegante, no centro do Rio e pra quem vem do outro lado da baía, pertinho da estação das barcas.
Mariana Terra, a atriz que interpreta Nise, além de muito competente no que faz, dá uma aula de simpatia e carisma. Eu e meus amigos fomos muito bem recebidos pelo diretor Daniel Lobo e pela Mariana que nos agraciou com histórias e momentos inesquecíveis.
Aproveitem sem moderação!

domingo, 31 de julho de 2011

RENAN BARRETO- O MENINO DO BALÃO (BARRETO, Renan, Multifoco. Rio de janeiro: 2010)


Sempre fui um apaixonado pelos livros, dos mais variados gêneros e estilos. Desde cedo dedicava boa parte do meu tempo livre, ora lendo, ora escrevendo.
Hoje, graduando-me em literatura passei também a apreciar os estudos literários e a sentir-me mais íntimo possível do pensamento dos escritores, comungando não só de suas idéias, mas também dessa atmosfera inebriante da arte de criar.
O Menino do Balão é um livro de contos que não fica preso a determinado padrão ou estilo literário. Com uma abordagem contemporânea, os contos são muito bem trabalhados do início ao fim, traduzindo em sua narrativa fácil questões de relacionamentos, complexidades do existir e buscas de afirmações que permeiam nosso quotidiano.
O jovem Renan Barreto, da cidade de Niterói, estréia com pé direito seu primeiro livro, apostando no simples, como forma de agradar seus leitores. O autor demonstra uma grata maturidade em sua forma de escrever e elaborar os contos.
Renan é uma grande promessa da literatura no cenário nacional e o próprio faz questão de deixar claro que almeja mais que uma publicação ao deixar seus leitores na expectativa de seu próximo livro “Vernon” (parece um romance) com dois capítulos no final dessa primeira publicação.
O Menino do Balão traz contos agradáveis e mostra as letras de uma nova geração.
Boa compulsão a todos!!!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

MARKUS ZUSAK - EU SOU O MENSAGEIRO (ZUSAK, Markus - Trad. Antônio E. de Moura Filho )- Rio de Janeiro: Intrínseca, 2007


Mais um Best-Seller em minhas mãos e novamente furando uma extensa fila que empilha minha estante. Desta vez não me fiz de arrogado e comecei a ler sem pensar no atraso que causo a mim mesmo em relação aos clássicos.
Sempre nutro curiosidade em relação ao escritor que ainda não li e fazendo uma analogia seria como um primeiro encontro com uma garota. A única coisa que podemos prever é que será bom ou ruim, pois nada sai como previsto. Assim como o livro após a sua leitura.
Em relação ao livro posso dizer que foi bom. Tive excelente impressão do australiano Markus Zusak com sua narrativa descontraída e empolgante. Markus trabalha o romance de uma forma a prender o leitor do início ao fim, sem ser cansativo ou abusar de nossa inteligência. O autor consegue mesclar diversos gêneros como aventura, suspense, comédia e até auto-ajuda nessa história cheia de boas surpresas.
O livro conta a história do taxista Ed Kennedy, que após um evento inusitado começa a receber mensagens que precisa entregar ao destinatário de qualquer maneira. No desenrolar da trama percebe que além de mudar a vida dessas pessoas que recebem as mensagens, também muda a sua gradativamente.
Percebo uma tendência mundial nesse tipo de narrativa como se fosse um roteiro pronto para o cinema e Markus Zusak segue a mesma linha de autores como Dan Brown, John Grisham entre outros.
Recomendo esse romance com sua agradável leitura sessão da tarde.
Boa mensagem e boa compulsão a todos!!!

sábado, 30 de abril de 2011

ADÉLIA PRADO - O HOMEM DA MÃO SECA (PRADO, Adéila - Editora Record - Rio de Janeiro - 2007)


Para os amantes da literatura, qualquer conversa, comemoração ou momento é motivo para se falar de livros.
Há algum tempo o nome Adélia Prado retumbava em meus ouvidos, ora pelos comentários de amigos, ora pelas intermináveis pesquisas via internet. Como todo ávido leitor, mantenho uma extensa lista de obras a serem lidas em fila, assim sendo, por motivos pessoais não costumo furá-la. Abro exceções para algum trabalho ou artigo que tenha que fazer.
No final de 2010, eu, e os amigos do grupo de pesquisa sobre Poesia Decadentista Brasileira que faço parte nos reunimos para uma comemoração. O amigo oculto que fizemos foi de livros, óbvio! Minha amiga e excelente poetisa Suzane havia sorteado meu nome. Como nada acontece por acaso, aquele barulho que retumbava se aproximou e de presente caia em minhas mãos um livro em prosa chamado “O Homem da Mão Seca” da consagrada escritora mineira, Adélia Prado.
Minha primeira impressão ao ler as primeiras páginas, foi notar certa semelhança com a atmosfera de Clarice Lispector. Não digo semelhança de narrativa, mas algo como um tônus existencialista de sua personagem e de seu ambiente.
O Homem da Mão Seca conta a história de Antônia, uma mulher normal, casada, com filhos e amigos que durante anos escreve seus acontecimentos diários em cadernos. Uma mulher que vive conflitos íntimos no seu quotidiano em relação aos seus sentimentos, como o amor, o marido, os amigos, a religião, a Deus e principalmente a ela.
No final do livro, sentindo-se liberta da disciplina das convenções que havia imposta a si própria, descobre uma nova forma de lidar com os mínimos detalhes da vida.
Uma bela lição para todos nós, que esperamos infinitamente coisas que não existem, que nos preocupamos obsessivamente com o amanhã, que não sabemos aproveitar as bênçãos que a vida tem a nos oferecer.
Nascemos livres, as convenções e regras são do Mundo.
Boa Compulsão a todos!!!
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P.S: Estou aguardando a autorização da Editora Record para postar um pequeno, mas fantástico trecho do livro aqui no blog. Aguardem!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

EXPOSIÇÃO "FERNANDO PESSOA, PLURAL COMO O UNIVERSO"


"FERNANDO PESSOA, PLURAL COMO O UNIVERSO"
Exposição no Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro mostra as facetas do poeta português, que foi capaz de inventar e se reinventar por meio de diversos personagens fictícios ao longo de seus 47 anos de vida.

Depois de levar mais de 190 mil pessoas ao Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, de agosto de 2010 a fevereiro de 2011, a obra de um dos maiores poetas da língua portuguesa do século XX será celebrada no Centro Cultural Correios, no Centro do Rio, entre os dias 25 de março e 22 de maio. Em “Fernando Pessoa, plural como o universo”, o público tem a oportunidade de conhecer, ou reconhecer, algumas de suas personas, que se revelam nos versos assinados por seus heterônimos – personagens-poetas com identidade própria – e por pessoa “Ele-mesmo”. Com curadoria de Carlos Felipe Moisés e Richard Zenith e projeto cenográfico assinado por Helio Eichbauer, a exposição mostra toda a multiplicidade da obra de Pessoa e pretende conduzir o visitante a uma viagem sensorial pelo universo do poeta, fazendo-o ler, ver, sentir e ouvir a materialidade de suas palavras.
O público terá ainda a oportunidade de ver algumas raridades, como a primeira edição do livro Mensagem, único publicado por ele em vida, e os dois números da revista Orpheu, um marco do modernismo em Portugal.
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Excelente oportunidade de conhecermos um pouco mais da vida e obra de Fernando Pessoa.
Ah, não esqueçam: ENTRADA FRANCA!!!!!

Período: 25/03/2011 até 22/5/2011
Visitação: de terça a domingo, das 12h às 19h (entrada franca)
Local: CENTRO CULTURAL CORREIOS: Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro
Rio de Janeiro/RJ – Tel.: (21) 2253-1580

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

STANISLAW PONTE PRETA - DOIS AMIGOS E UM CHATO(PONTE PRETA, Stanislaw, 2ºEd. São Paulo, Moderna,2003)


Conhecido por suas crônicas incisivas, ácidas e divertidas, Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo do escritor Sérgio Porto alcançou sucesso em sua época escrevendo para jornais, o que lhe rendeu grande popularidade.
Stanislaw apurava tão perfeitamente sua escrita que fazia os leitores rirem após poucas frases.
Mesmo escrevendo na época da ditadura militar, não abdicou de fazer graça da situação nas suas muitas crônicas publicadas. Usava os problemas do país como mote principal.
Sérgio Porto marcou uma geração que comprava o jornal somente para lê-lo e deixou uma lacuna que até hoje nenhum cronista conseguiu ocupar.
Dois Amigos e um Chato é a reunião de suas melhores crônicas em um só livro.
Vale a pena resgatar um pouco do que Sérgio Porto deixou lendo esse livro e apresentando-o aos novos leitores.
Leitura divertida e agradabilíssima.
Boa Compulsão a todos!!!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

EXPOSIÇÃO CORA CORALINA - CORAÇÃO DO BRASIL


Cora Coralina – Coração do Brasil


Exposição em homenagem aos 25 anos do falecimento de Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, poetisa e contista, mulher simples, doceira de profissão, que produziu uma obra rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás, estado onde nasceu, localizado no coração do Brasil. Começou a escrever aos 14 anos, mas só teve seu primeiro livro publicado aos 76.

Curadoria: Júlia Peregrino.
Cenografia: Daniela Thomas.

Uma ótima dica para as férias e uma grande oportunidade de conhecermos um pouco mais dessa grande escritora.


SERVIÇO
Centro Cultural Banco do Brasil RIO
Data: De 11 de janeiro a 13 de março
Horário: Terça a domingo, das 9h às 21h
Local: Salas B, C e D – 2º andar | Rua Primeiro de Março, 66 - Centro
Recepção/Informações: Terça a domingo, das 9h às 21h | Telefone: (21) 3808-2020
Classificação: Livre
Entrada Franca

domingo, 16 de janeiro de 2011

Exposição e Evento dos 80 anos de Ferreira Gullar.


EXPOSIÇÃO
Para festejar os 80 anos do poeta, escritor, roteirista, ensaísta, dramaturgo, tradutor e crítico de arte Ferreira Gullar, a exposição Gullar 8 & 80 será aberta no próximo dia 17 de dezembro. A mostra vai exibir fotos originais inéditas; objetos pessoais, como a sua máquina de escrever; a primeira página manuscrita de Poema Sujo, uma de suas obras mais conhecidas; pinturas e aqualeras, entre outros itens.
Nascido em São Luis, Maranhão, em 1930, o multipremiado Ferreira Gullar traçou uma importante trajetória no meio cultural do país, tendo influenciado sucessivas gerações de artistas.

Período: De 17 de dezembro até 13 de março.

EVENTO
27 de janeiro, às 15h - Mesa redonda com o critico e artista Ferreira Gullar, o pesquisador Antônio Carlos Secchin, e os poetas Salgado Maranhão e Carlos Dimuro. Tema: Arte e literatura. Entrada Franca.

INFORMAÇÕES
www.mnba.gov.br

FONTE
www.jopinando.blogspot.com ( Blog do meu queridíssimo amigo e irmão Jopin)

Para quem gosta do poeta Ferreira Gullar essa será uma oportunidade fantástica de assisti-lo de perto com entrada franca. A exposição já começou mas vai até março.
No dia 26/04/2010 tive uma grande satisfação de vê-lo numa palestra na Faculdade de Formação de Professores da UERJ.
A visita de Ferreira Gullar causou um grande impacto em todos os alunos. Abaixo transcrevo algumas frases ditas por ele.

"Eu não acredito em Deus, mas Ele é imprescindível para o ser humano."

"Eu era da época do Parnasianismo tinha ainda a cabeça em Makondo(onde tudo ocorre de cem em cem anos), até conhecer a Poesia Moderna, uma forma nova e estranha de escrever."


"Eu estava certo que ajudaria o país escrevendo poemas assim( referindo-se aos poemas políticos). Não ajudei!"

"Se eu pensar:Ah, há muito tempo não escrevo um poema, e logo sentar pra escrever, sai uma porcaria."

"Quando você é surpreendido pelo inesperado o poema nasce."

Após a belíssima palestra o poeta Ferreira Gullar foi aplaudido de pé pelos alunos que lotaram o auditório.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

FERNANDO MORAIS - OLGA (MORAIS, Fernando, Alfa-Omega, São Paulo - 1986)


O Livro Olga é a biografia da judia, comunista, guerrilheira, paramilitar, militante, ativista, mulher e mãe Olga Benário Prestes.
Mais que um livro, Olga nos remete a anos difíceis que nossos pais e avós nos contavam. Incerteza na política, opressão, silêncio. Ingredientes que permearam nossa recente história.
Mulher de Luiz Carlos Prestes, a alemã Olga desde sua juventude atuou ativamente dentro do partido comunista. Veio ao Brasil acompanhando e cuidando da segurança pessoal de Prestes, pois era altamente treinada. Assim os dois se apaixonaram e tiveram uma filha chamada Anita Leocádia.
Os planos do levante militar contra o governo Vargas não deram certos e tempos depois, Luiz C. Prestes e Olga Benário foram presos.
Contra todos os apelos da época (sendo a maioria internacional), Olga foi mandada grávida no porão de um navio, para a Alemanha nazista de Hitler como presente de Filinto Muller.
Mesmo os leitores que não apreciam biografia irão gostar de ler esse livro onde está marcada parte de nossa história e identidade. Um pedaço importantíssimo da história do nosso país e do mundo.
Quem viu o filme e gostou, recomendo que leia o livro e desfrute dos detalhes que não cabe em noventa minutos.
Impactante e indispensável. Recomendo sem susto.
Boa Compulsão a todos!!!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

FELIZ 2011!!!!!!!!!!!!!!!!



HOMEM COMUM

Sou um homem comum
de carne e de memória
de osso e esquecimento.
e a vida sopra dentro de mim
pânica
feito a chama de um maçarico
e pode
subitamente
cessar.

Sou como você
feito de coisas lembradas
e esquecidas
rostos e
mãos, o guarda-sol vermelho ao meio-dia
em Pastos-Bons
defuntas alegrias flores passarinhos
facho de tarde luminosa
nomes que já nem sei
bandejas bandeiras bananeiras
tudo
misturado
essa lenha perfumada
que se acende
e me faz caminhar
Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo,
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.
Poeta fui de rápido destino.
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau-de-arara.
Quero, por isso, falar com você,
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe o meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí, matando.

Que o tempo é pouco
e aí estão o Chase Bank,
a IT & T, a Bond and Share,
a Wilson, a Hanna, a Anderson Clayton,
e sabe-se lá quantos outros
braços do polvo a nos sugar a vida
e a bolsa
Homem comum, igual
a você,
cruzo a Avenida sob a pressão do imperialismo.
A sombra do latifúndio
mancha a paisagem
turva as águas do mar
e a infância nos volta
à boca, amarga,
suja de lama e de fome.

Mas somos muitos milhões de homens
comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonho e margaridas.

FERREIRA GULLAR

Aos amigos e leitores que me acompanharam no ano de 2010 agradeço a atenção, a consideração e o carinho que tiveram comigo, seja pelos comentários ou por e-mail.
Espero conseguir em 2011 trazer mais impressões sobre livros, novidades e atualizar com frequência o blog. Sinceramente não esperava essa quantidade de acessos, inclusive internacional (vide mapa no canto direito).
Desejo um ano novo de muita conquista a todos vocês. Paz e saúde em abundância. Que a leitura seja mais que um simples livro e que neles possam descobrir um prazer sem igual.
O lindo poema acima é do Mestre Ferreira Gullar. Homem Comum é um poema que nos mostra que a nossa luta vale a pena. O poeta lutava pelos seus ideais, mas nós podemos lutar pelo que quisermos.
Inspiremos-nos nele para começar o ano com mais força, acreditando que é possível.
Feliz 2011 e Boa Compulsão a todos!!!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

GEORGE ORWELL - A REVOLUÇÃO DOS BICHOS( ORWELL, George, Abril Cultural - São Paulo, 1982)


George Orwell nascido Eric Arthur Blair na India, onde seu pai era funcionário do governo britâncico, passou a usar o psedônimo na juventude após romper com sua origem burguesa e um passado que considerava vergonhoso.
Escritor de grandes livro como 1984, sendo o mais conhecido, Orwell traz uma visão política particular em seus textos.
A Revolução dos Bichos (escrita em 1945), apesar do título sugestivo e de ser composto pela maioria de personagens animais, não é um livro infantil. Creio que o autor fez somente uma analogia com os bichos, pois o sentido que ele deu a sua história tira a importância se são homens, animais ou marcianos. Orwell quis mostrar que qualquer regime político totalitário e ditatorial é maléfico aos que são governados.
Fica claro o medo de um sistema de governo que após uma revolução do povo, tempos depois não se lembrem mais pelo que lutavam.
No livro os bichos da fazenda após a revolução são feitos de marionetes pelos porcos, que eram os cabeças do movimento. Esses poucos porcos em nome de uma inteligência maior passam a dominar os outros e gozar de mordomias. A memória dos acontecimentos vai sendo modificada de acordo com interesses dos “chefes”. No final, o bem maior que todos haviam conseguido com tanta luta foi destruído em prol de associações escusas e benéficas ao único que detinha o poder.
O final é quase uma fábula mostrando que aquele que luta contra algo na política, quando chegar ao poder é bem provável que passe a lutar a favor. Como no livro onde o porco só queria ser igual ao seu dono.
Um livro interessantíssimo com uma narrativa divertida e agradável.
Aviso que qualquer semelhança com governos passados e presentes não é mera coincidência.
Boa Compulsão a todos!!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

LUIZ RUFFATO, ELES ERAM MUITOS CAVALOS (RUFFATO,Luiz, Ed: Bestbolso - 2010)



Luiz Ruffato é atualmente um dos maiores escritores do Brasil. Traduzido para vários países e premiado com os prêmios APCA e Jabuti, desponta como uma das boas surpresas da literatura nacional.
Com uma narrativa inovadora, seu primeiro Romance (se é que podemos denominá-lo assim), Eles Eram Muitos Cavalos traz 69 micro-contos ou pequenos textos que tentam traduzir o dia de uma metrópole. O autor parece retransmitir o quotidiano de São Paulo num grande mosaico de pequenas histórias onde os personagens não se encontram, mas cada vida, cada história contextualiza um conglomerado chamado cidade.
Ruffato trabalha com o foco no leitor, como se fosse apenas um cidadão comum desnudando o caos que é viver numa metrópole. Mostrando seus problemas, mazelas, desigualdades, virtudes, solidão e outros tantos fragmentos de uma sociedade.
O Livro aproxima o leitor da realidade a todo o momento, trazendo em sua narrativa formas de linguagens de todas as classes sociais, palavrões, marcas de empresas famosas e lugares conhecidos. O título do livro é homenagem a um poema de Cecília Meireles, que se encaixa perfeitamente nessas várias histórias pessoais de cidadãos anônimos.
“Eles Eram Muitos Cavalos,
mas ninguém mais sabe os seus nomes,
sua pelagem, sua origem..."
Cecília Meireles

Boa Compulsão a todos!!!

domingo, 26 de setembro de 2010

OSCAR WILDE - O RETRATO DE DORIAN GRAY (WILDE, Oscar Fingall O' Flahertie Wills - Domínio Público)


Antes de começar a escrever sobre Oscar Wilde, gostaria de reparar uma falha comum vista em quase todos os sites que fazem a sua biografia, falando sempre a respeito de um "movimento estético" ou da "arte pela arte" sem mencionar que Wilde foi um dos maiores escritores DECADENTISTAS que já tivemos. Amante desse estilo que além da estética na escrita, da arte pela arte, tinha também como características a figura do dândi, do andrógino, o prazer pela arte, a rejeição ao natural entre outras.
Oscar Wilde, grande escritor, contemporâneo de nomes consagrados como Verlaine e Mallarmé, conheceu a glória e a ruína. Obteve fama como escritor, mas pagou um alto preço por querer viver do seu jeito numa época errada. Casado, dois filhos e no auge de seu prestígio, se apaixonou por um jovem aproveitador que o levou a ruína. Foi condenado a 2 anos de prisão, pois na Inglaterra o homossexualismo era considerado crime.
O DECADENTISMO é a arte pela arte, sem servir a nada e a ninguém, assim como a vida de Wilde, que não se importava com as convenções de sua época.
Escritor Decadentista e grande representante dessa forma de fazer Literatura, legou a todos esse livro espetacular, trazendo a baila os traços inconfundíveis do decadentismo no livro O Retrato de Dorian Gray.
O livro conta a história de um jovem que após fazer um pacto, permanece com sua aparência jovem como no seu retrato pintado por um amigo. De acordo com o tempo e mudanças de sua vida, o quadro sofre as transformações e alterações, enquanto ele permanece sempre com aparência jovem.
O personagem Lorde Henry é um coadjuvante perfeito para a história, destilando epigramas divertidíssimos. Henry é um dândi adorável, encantador e influenciador.
O Retrato de Dorian Gray é uma leitura fantástica, com uma interrogação até a última página. Leitura Obrigatória.
Boa Compulsão a todos!!!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CLARICE LISPECTOR - PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM (LISPECTOR, Clarice - Ed.Círculo do Livro)


Ler Clarice pela primeira vez foi delicioso e conhecê-la pelo primeiro livro que escreveu, foi melhor ainda.
Perto do Coração Selvagem foi escrito quando a autora saia da adolescência e dava seus passos iniciais rumo a uma carreira de sucesso no mundo das Letras. O Título do livro foi tirado da epígrafe do escritor irlandês James Joyce, mostrando que bons autores influenciavam sua escrita.
Clarice Lispector não exerce unanimidade perante os leitores, digo isso por conhecer pessoas que não apreciaram sua leitura, mesmo lendo vários de seus livros. O inegável é que os que não leram, tem obrigação de fazerem suas próprias constatações.
Em quase todos seus livros, Clarice se desnuda para o público na forma de suas personagens. A autora constrói uma aura introspectiva, mas de uma inquietação pulsante no enredo das personagens, e como imã, nos atrai para o centro de toda essa manifestação de pensamentos e sentimentos. Existe um universo paralelo em suas histórias, onde o físico se locomove a 10 km/h e o existencial corre a 100 km/h.
Perto do Coração Selvagem é a história de Joana, mas poderia ser a de Maria, Andréia, Marcela, Carolina, Clarice e tantas outras que algum dia hão de se reconhecer. Vale a pena ler e tentar entender como uma jovem adolescente conseguiu transmitir tanta experiência e vivência que ainda sequer havia experimentado.
Clarice e suas personagens mulheres, traço inconfundível de quem traduziu para o papel, vozes contidas nos arcabouços femininos.
Boa Compulsão a todos!!!

terça-feira, 27 de julho de 2010

ALDOUS HUXLEY I - ADMIRÁVEL MUNDO NOVO (HUXLEY, Aldous - Domínio Público)


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Nos dias de hoje a história do livro Admirável Mundo Novo pode parecer um pouco infantil, porém se levarmos em conta que foi escrito há quase 80 anos atrás, fica clara a genialidade de Aldous Huxley.
O escritor narra à história de um provável futuro, mas sem os parâmetros de tecnologia da qual dispomos atualmente. Falar sobre anos a frente com a visão de um vivente dos anos 30 do século passado faz toda a diferença para a fascinação que o livro exerce. Em cada época, de 1930 para cá, os leitores tiveram sensações e opiniões diversas e acredito que em 2050, os novos leitores terão uma outra abordagem da história, que fatalmente se distanciará da minha. Com certeza o Admirável Mundo Novo continuará "condicionando" nossas mentes "séculos d.F." a fora.
O livro aborda assuntos como a genética(totalmente incomum para a época), mostrando como funciona a reprodução nesta sociedade. Fala também sobre a extinção da família e das crenças religiosas, a liberdade sexual, a divisão social em forma de castas, a indiferença com a morte e a jovialidade do ser humano até os 60 anos.
Vale lembrar que a base para que toda essa sociedade obtivesse sucesso contínuo, era o condicionamento.
O condicionamento humano feito por hipnopédia(ciência que o autor dispunha na época), tornando assim esse clássico num admirável livro para se ler.
Por "Ford", é fantástico como o autor consegue nos prender frente a essa deliciosa obra do início ao fim. Tenho certeza que mais "selvagens" como eu, se encantarão com os Alfas, Betas, Gamas e etc...
Boa Compulsão a todos!!!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

VICTOR HUGO I - OS TRABALHADORES DO MAR - (HUGO, Victor-Marie - Domínio Público)


A França sempre nos presenteou com grandes escritores, de escolas e épocas diferentes e Victor Hugo foi um dos maiores mestres da Literatura que já esteve entre nós. Mais conhecido pelo clássico Os Miseráveis (que pode ser visto em filme), Victor Hugo faz o leitor se apaixonar pela forma como escreve e pelo jeito que descreve os sentimentos.
Os Trabalhadores do Mar conta a belíssima história de um homem ingênuo que é capaz do impossível para conquistar sua paixão. O protagonista passa por uma aventura(boa parte do livro), repleta de momentos perigosos que leva o leitor em determinado momento se perguntar se tudo aquilo vale a pena. O final do livro também gera alguns questionamentos, mas creio que livre de julgamentos. Nesse ponto é que entra a genialidade do escritor, pondo em nossas mãos o fato, e em seguida transformando toda aquela dor, numa cena que só quem viveu tudo aquilo poderia decidir sobre sua vida. E cabe a nós, simples mortais, admirar a beleza e o encantamento da descrição do fim da história.
Detalhe a ser comentado. Foi impossível deixar algumas partes passarem em branco, pois o livro é rico em detalhes, principalmente de lugares. Com isso a curiosidade de ir ao Google e procurar imagens da Cadeira Gild-Holm-'Ur ou ir ao Youtube procurar a canção Bonny Duundee( que ficou marcada na história. Um tipo de trilha sonora).
É comum ouvirmos dizer que Victor Hugo demora muito descrevendo determinados assuntos, tornando a narrativa um pouco sonolenta. Mas quem se dispõe a ler esse grande autor, sabe que a descrição é uma das suas principais características. Por isso leia, tire suas conclusões e entenderá porque seus livros viraram Clássicos da Literatura.
Para concluir, quero dizer que esse livro trata do ananke(palavra grega que significa fatalidade) das coisas.Os Miseráveis trata do ananke das leis e Notre-Dame de Paris o ananke dos dogmas. Quando terminar de falar sobre o último, colocarei aqui a explicação de todos e o porquê do escritor fazer essa trilogia de ananke.
Boa Compulsão a todos!!!