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domingo, 25 de abril de 2010

DOSTOIÉVSKI I - O IDIOTA - (DOSTOIÉVSKI,Fiódor Mikhailovich, Domínio Público)


Não sei se posso definir Dostoiévski como gênio, pois seria um adjetivo muito humano para uma pessoa que não parecia desse planeta. Dostoiévski está para a Literatura assim como Pelé está para o futebol.
Ao longo do tempo pude observar a capacidade de alguns escritores em fazer descrição, seja de um rosto, uma cena de amor, uma cidade ou qualquer outra situação com tanta riqueza de detalhes que ficamos boquiabertos ao ler, pois parece que estamos vendo com nitidez o que está escrito. Agora, descrever com maestria o que se passa na alma do ser humano, Dostoiévski fazia como ninguém! A profundeza que ele atinge nos sentimentos é inenarrável, ficaria horas escrevendo e não acharia as palavras certas para defini-lo e nem os adjetivos para elogiá-lo. Ler Dostoiévski e viajar as profundezas do cerne humano, destrinchar as várias faces do lado sombrio do homem, se reconhecer nas mazelas morais, descobrir reentrâncias do cérebro, não julgar o caráter de um indivíduo por perceber que também somos presas fáceis das armadilhas da vida, percorrer mundos adormecidos, dar vida a sentimentos que só conhecemos na forma de adjetivo e ir a um abissal monstruoso, para entender que qualquer um de nós poderia ser uma personagem de seus livros.
À medida que ia lendo o livro O Idiota e identificando as personagens, comecei a perceber que o Príncipe Mishkin nada tinha de idiotia, pelo contrário, o idiota era eu e todas as outras personagens que fazem parte da história. Só não vou dizer que tive piedade e quis carregar o príncipe no colo para não parecer mais idiota. Só mesmo esse escritor sobrenatural para nos presentear com essa personagem de raríssima riqueza literária. O Príncipe Mishkin é a personagem que todo escritor gostaria de inventar e O Idiota, o livro que todos gostariam de ter escrito. É impossível acompanhar impassível as "aventuras" e "desventuras" desse pobre coitado que encanta a quem lê, como torna-se automático buscar um paralelo com pessoas que conhecemos na vida real. A bondade e paciência do "Idiota" Mishkin são contagiantes, por isso é inevitável não sofrer junto com ele ao longo das páginas do livro como se fosse uma pessoa próxima a nós. Leitura Obrigatória e prazerosa.
Boa Compulsão a todos!!!

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